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Eu e o Afonso explicamos porquê
A minha raça preferida de cães é a dos cães adoptáveis.
Tive a sorte de encontrar "alguns" ao longo da vida muito embora, não seja necessária assim tanta sorte para os encontrar.
Um dos episódios em que a minha família encontrou um destes exemplares, aconteceu numa viagem de carro, numa estrada que atravessa o mato nos Açores ( note-se que não é por acaso que muitos animais são abandonados em sítios assim, para lhes dar o mínimo de hipótese de sobrevivência bem como de encontrarem o caminho de volta a casa).
Os meus pais seguiam com a minha sobrinha quando se aperceberam que estavam a ser seguidos por dois cães a correr, passados alguns quilometros o meu pai resolveu parar o carro e qual não foi o espanto quando ao abrirem a porta os dois bichitos saltaram para o colo da minha mãe e da minha sobrinha, carregados de carraças e pulgas mas felizes. A solução foi deixá-los no canil pois já tinham dois cães, dois gatos, dois coelhos e uma cabra em casa... Sim eu sei, isso tudo!
Para mal dos seus pecados, ao deixarem lá os dois cães testemunharam um cenário frio, escuro e triste cheio, de bichos na fila para a injecção letal e, devo dizer, muitos de raça pura, a agulha não discrimina nestes casos de irresponsabilidade e indiferença.
O meu pai igual a si mesmo, não fosse ele deste clã de corações moles que é a nossa família, ligou para lá e disse " Não abata os cães que eu vou ficar com eles." No dia a seguir, foi buscar os dois e infelizmente, apercebeu-se que muitos dos cães que lá estavam já haviam sido abatidos, Dalmatas, Huskies,etc...
Depois de tratadas as burocracias, do chip, do papel do registo, das vacinas, os dois novos membros da família seguiram caminho. Infelizmente, um dos dois acabou por falecer, não sabemos se por consequência do coktail de vacinas ou se por alguma infecção que apanhou no canil.
O Afonso acompanhou-o nos seus últimos momentos, encostando a sua testa à dele antes de falecer.O Afonso ensina-me todos os dias o que é ser feliz, em todo este processo, foi abandonado no mato, perdeu um amigo, um companheiro, fez uma namorada lá em casa, a Rute, uma labradora com o triplo do seu tamanho, que acabaria por ver falecer também, infelizmente (quem tem muitos bichos sujeita-se a ver muitos partir também), come ervinha com a cabra Lola e é daqueles cães que parece estar sempre a sorrir.
O Afonso que me ensina a ser feliz.O Afonso que é o cão mais pequeno da matilha mas abre o peito para defender a casa e dar sinal.
Por isso mesmo, a raça do Afonso é a minha preferida, a raça dos cães adoptáveis :)
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