Dia 12 de Maio

Hoje, o dia  foi todo de roda do Boo. De manhã na clínica e a tarde toda no Hospital da Faculdade de Medicina Veterinárinal. Ainda não fez um ano que apanhei o Sebastião ao pé de um separador de um túnel, cabia na palma da minha mão e gritava mais alto que tudo.
  Deixou de conseguir andar há coisa de 10 dias, começou a arrastar as patinhas de trás e agora nem sentado se aguenta.
  Foi-lhe diagnosticada leucemia felina, mas suspeita-se de um tumor na medula. Amanhã fará um exame de contraste para confirmar ou não. O que mais custa é que está consciente apesar das drogas.
   E o que custa ainda mais é o facto de ele ser tão bom paciente. Picam-no, testam-no e em vez de reclamar apenas olha.Isso ainda dói mais. Sebastião é tudo aquilo que eu sempre quis num gatinho, nunca arranhou nada cá em casa, nunca miou em protesto por ir na sua caixinha de transporte, nunca se roçou nas minhas pernas  para pedir o que quer que fosse, nunca largou pêlo e inclusivé o dele é tão brilhante que parece ter gel. Sempre foi muito activo e muito independente mas também muito meu amigo.
Neste dias tem dormido comigo na cama e, apesar de estar drogado e de dormirmos ao pé um do outro, ele arranja sempre maneira de encostar a sua cabeça na minha. "Lamechices" eu sei, mas, quem conhece o meu gatinho sabe que ele é especial. Quando o levei nestas idas ao laboratório militar,onde todos são supostamente homens de barba rija, a audiência para os exames no consultório era mais que muita, pois todos conheciam o Sebastião e queriam descobrir o que se passava. Posso dizer que de todos os bichinhos que já tive nunca chorei tanto por outro, tenho as vezes a sensação de fim de mundo e de vómito por chorar compulsivamente. Não consigo deixar de me martirizar porque não me lembro da última vez que o vi bem, ando no corre corre e não me lembro. Não consigo explicar e nem quero fingir que tenho mais problemas que os outros mas tenho o coração às postas, porque ainda nem fez um ano que o tenho e já não me lembro de mim antes dele.
  Tudo o que for possível farei por ele, medicina convencional, não convencional o que for preciso.Mas, se for realmente um tumor progressivo. Estamos tramados...

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